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Replay: Best of the Week on Patriots.com Radio Thu Oct 10 - 04:00 PM | Sun Oct 13 - 10:40 AM

A defesa dos Patriots está a preparar-se para defrontar o melhor ataque da NFL

Com Matt Ryan e Julio Jones, o ataque de Atlanta foi o mais explosivo da NFL, conseguindo 540 pontos. Mas, a defesa dos Patriots foi a menos batida, permitindo apenas 250 pontos, e está a preparar um plano de jogo para minimizar estragos e tentar ajudar a equipa a conquistar mais um Super Bowl.

O ataque do Atlanta Falcons foi, de longe, o mais potente na NFL na temporada em curso. Por isso, muitos dos críticos consideram que a defesa dos Patriots, a melhor da liga em pontos consentidos, não vai ter hipóteses de o segurar. E, se assim for, o troféu do Super Bowl vai viajar para Atlanta.

Mas, a história indica que não é bem assim. Na realidade, desde a era do Super Bowl, o melhor ataque e a melhor defesa defrontraram-se cinco vezes e o único título conquistado pelo melhor ataque aconteceu em 1989, quando o San Francisco 49ers, liderado pelo quarterback Joe Montana, goleou o Denver Broncos, que naquele ano tinha a melhor defesa da liga, por 55-10. Mas, há um pormenor importante a ter em conta, os 49ers tinham a terceira melhor defesa da NFL, que não é caso da defesa dos Falcons deste ano, considerada a número 28, pois consentiu uma média de 25,4 pontos por jogo.

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A defesa dos Patriots? Número 1 na NFL, 15,6 pontos por jogo. Na totalidade os Patriots consentiram 250 pontos, os Falcons 406, ou seja mais 10 pontos por jogo.

O que estas estatísticas nos indicam é que se o ataque dos Falcons não estiver realmente inspirado, ainda não será desta feita que conquistam o primeiro título de campeão na NFL.

Estas são duas equipas que raramente se cruzam durante a temporada regular. Defrontam-se apenas de quatro em quatro anos (2001, 2005, 2009 e 2013) devido à rotação que existe no calendário da NFL, e já se encontraram 13 vezes, com os Patriots em vantagem pela margem mínima, 7-6, mas na era Bill Belichick, quatro jogos, quatro vitórias para os Patriots, a última em 2013, em Atlanta, 30-23.

Mas, numa final, tudo pode acontecer, pelo que os resultados dos jogos anteriores entre as equipas de nada servem.

O ataque dos Falcons é o mais produtivo da liga, liderado pelo quarterback Matt Ryan, que se formou perto de Foxboro, no Boston College, e que nesta temporada acumulou 4.944 yards, 38 touchdowns, 7 interceções, uma média de 9,3 jardas por tentativa de passe, 33,8 pontos e 415 jardas por jogo, números que decerto lhe vão trazer o prémio de MVP (Melhor Jogador da Liga).

O seu arsenal inclui Julio Jones, considerado o melhor wide receiver da liga, e ainda Mohamed Sanu e Taylor Gabriel, dois excelentes* receivers, para além dos *running backs Devonta Freeman e Tevin Coleman.

MATT PATRICIA RECONHECE O VALOR DO ATAQUE DE ATLANTA

É muito poder de fogo para um quarterback com a categoria de Matt Ryan.

"Eu penso que ele [Ryan] encontrou o ritmo de jogo, e tem progredido neste sistema ofensivo," disse Matt Patricia, coordenador defensivo dos Patriots. "Ele compreende o que deve fazer com os jogadores habilidosos que estão ao seu redor. Ele compreende como se deve controlar o jogo e como se deve tentar jogar um estilo de football inteligente, algo que penso ser uma das suas marcas registadas".

No topo da lista de jogadores habilidosos está Julio Jones, um wide receiver que combina força com velocidade e habilidade.

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"Ele [Jones] é provavelmente um dos mais dinâmicos jogadores na liga,", reconheceu Patricia. "Normalmente não o comparo a outros jogadores; acabo por comparar outros jogadores a ele, devido ao seu conjunto de capacidades e habilidade."

Durante a temporada regular Jones conseguiu uma média de 100,6 jardas por jogo, 17 jardas por receção. Muito provavelmente vai ter a cobertura de Malcolm Butler e fisicamente tem vantagem, já que Jones tem 6 pés-3 polegadas (1,90 m) de altura e pesa 220 libras (100 quilos). Butler é mais baixo, (5'11" – 1,80 m) e pesa menos (190 libras, 86,2 quilos).

"Um cornerback maior, um cornerback mais pequeno, o que quer que seja, ele [Jones] consegue empurrar [os defensive backs], inclinar-se e é capaz de jogar fisicamente na linha de scrimmage, além de ter poder físico mais à frente na luta contra eles e ainda conseguir segurar a bola," disse Patricia.

"Ele e o Matt Ryan têm uma grande química no ponto em que a rota pode ser alterada [por] algo que foi chamado, mas também devido ao tipo de cobertura, eles fazem o ajustamento e ele consegue encontrar o espaço vazio, e depois o Ryan lança-lhe a bola. Ele é um grande jogador."

A explosividade de Matt Ryan no jogo aéreo cria espaços para o jogo corrido, onde os running backs Devonta Freeman e Tevin Coleman totalizaram 24 touchdowns, com uma média de 4,6 jardas por corrida.

"Com este ataque, o que eles conseguiram fazer, devido à imensa atenção que se presta ao jogo aéreo, e justificadamente, é correr extremamente bem," reconheceu Matt Patricia. "Eles têm o tipo de velocidade e explosão que lhes permite encontrar os espaços vazios, e quando estão no espaço é quando são mais perigosos.

"Eles criam incompatibilidades nos tackles, e o seu centro de gravidade e a forma como eles conseguem correr com o corpo rente ao chão é bastante original."

Ora, para que os Falcons possam ganhar este jogo, o ataque vai mesmo ter que ser quase imparável porque a sua defesa consentiu 406 pontos, ou seja apenas cinco defesas na NFL tiveram pior desempenho nesta aspeto. Mais especificamente, os Falcons só ganharam um jogo em que não marcaram pelo menos 30 pontos, na quinta jornada frente ao Denver Broncos, 23-16.

Nas derrotas, a defesa esteve sempre pouco inspirada:31-24 contra o Tampa Bay Buccaneers; 26-24 contra o Seattle Seahawks; 33-30 frente ao San Diego Chargers; 24-15 para o Philadelphia Eagles e 29-28 contra o Kansas City Chiefs.

Portanto, se a defesa dos Patriots conseguir evitar que o ataque dos Falcons supere a marca dos 30 pontos, a vitória no Super Bowl será uma grande possibilidade. Recorde-se que os Patriots só permitiram mais do que 30 pontos uma vez, na derrota, por 31-24, na nona jornada, frente ao Seattle Seahawks.

A DEFESA DOS PATRIOTS MUDOU

Nesse jogo, o primeiro após a saída de Jamie Collins, a defesa estava numa fase de transição, pois jogadores como Eric Rowe e Kyle Van Noy ainda estavam a tentar adaptar-se a um novo sistema,Jabaal Sheard tinha ficado no banco, aparentemente por castigo, e Logan Ryan ainda não havia conquistado a titularidade.

A estratégia da defesa dos Patriots não é segredo nenhum, depende sempre de tentar eliminar os jogadores mais influentes do ataque adversário e obrigar os jogadores de segundo plano a assumir o jogo.

New England Patriots cornerback Malcolm Butler (21) breaks up a pass intended for Pittsburgh Steelers wide receiver Antonio Brown (84) during the first half of the AFC championship NFL football game, Sunday, Jan. 22, 2017, in Foxborough, Mass. (AP Photo/Elise Amendola)

Um dos pontos menos fortes de Matt Ryan é a sua capacidade para lidar com defesas disciplinadas que fazem marcação apertada, algo que os Patriots têm conseguido fazer. Por conseguinte, é de prever que Malcolm Butler e Logan Ryan sejam colocados a marcar Julio Jones e Mohamed Sanu, com a ajuda dos safeties, o que obrigaria Matt Ryan a depender mais dos* runnings backs* e dos* tight ends*.

Matt Patricia acredita que os seus jogadores vão cumprir a sua missão, principalmente devido ao espírito de camaradagem que reina no grupo.

"Eles [os defesas] dão-se bem uns com os outros, mas também sabem que quando estamos em reuniões, estamos a moer, estamos a trabalhar, estamos a estudar," explicou Patricia. "Eu penso, pelo menos espero que sim, que parte disso permanece com eles quando estão no seu cacifo, quando estão no refeitório, quando estão nos corredores e essas perguntas surgem constantemente, quer seja sobre o plano de jogo ou um adversário, talvez esse tipo de conversa saia mais livremente.

"É quando lhes perguntamos, 'Ei o que é que pensas sobre aquele jogador, ou o que é que pensas sobre esta jogada ou esta situação?' Quando eles comunicam assim e têm um tipo de diálogo aberto uns com os outros, penso que isso facilita tudo, e espero que seja assim quando eles forem para os treinos e para o campo de jogo."

NÃO HÁ VARINHA MÁGICA

Para Bill Belichick não há segredos para explicar a recuperação e subida de forma da sua defesa, a menos batida na NFL.

"Preparação, treino e desempenho," indicou Belichick. "Não há nenhuma varinha mágica. Resume-se muito simplesmente a jogar bem coletivamente na defesa tanto contra o jogo corrido como o jogo aéreo, e na linha final, o que exige um tipo diferente de jogadas e de técnicas. Nós tivemos algumas paragens importantes, também, ao longo do ano."

Para chegar a este ponto, segundo Belichick, foi preciso "trabalhar arduamente, continuar a melhorar, com os jogadores a aproveitarem as oportunidades que lhes surgem e ou a seguir em frente tirando proveito delas, ou então surge alguém que lhes passa à frente a um certo ponto durante temporada. É uma situação de concorrência. Vamos colocar em campo os melhores jogadores e basicamente toda a gente vai ter uma oportunidade para jogar durante algum ponto da temporada, e os jogadores que jogarem melhor vão jogar mais."

O que se torna bem claro é que os Patriots respeitam, mas não receiam o ataque de Atlanta. E, para além da confiança que têm na sua defesa, há também dados estatísticos que ajudam a ter esta atitude. Em 2013, o ataque dos Broncos, liderado por Payton Manning, bateu uma série de recordes, totalizando 606 pontos, mais 66 do que Atlanta na temporada em curso. No Super Bowl, Manning e os Broncos foram goleados por Seattle, 43-8. No ano seguinte, Carolina entrou em campo com o melhor ataque da NFL e saiu do Super Bowl com uma derrota copiosa frente a Denver, 24-10. E os Patriots têm um bom exemplo no seu próprio historial, pois o ataque de 2007, que havia acumulado 589 pontos, só conseguiu 14 pontos e perdeu o Super Bowl frente aos Giants, 17-14.

Portanto, os dados estão lançados no que parece ser um verdadeiro jogo de xadrez, onde a vitória vai pender para quem colocar melhor as suas peças no jogo.

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