As estatÃsticas, neste caso, não deixam dúvidas: nenhum dos sete punts de Ryan Allen foi retornado, e seis deles foram parados dentro da linha de 20 jardas de Houston, obrigando assim a equipa visitante a iniciar as suas descidas [drives] no seu próprio território, respetivamente nas linhas de 11, 10, 10, 20, 14, 5 e 4 jardas.
Em média, Houston começou as suas jogadas na sua linha de 16 jardas e seis das 11 drives começaram aquém da linha de 15 jardas. Esta colocação no terreno trouxe pressão adicional ao ataque liderado por Brock Osweiller, que nunca conseguiu ameaçar a defesa dos Patriots.
"[As equipas especiais foram] tremendas, tremendas," disse Bill Belihick durante a conferência de imprensa realizada logo após o final do jogo. "A nossa posição em campo (field position) foi fenomenal. Parecia que eles tinham que ir 90 jardas cada vez que recebiam a bola."
"Foi incrÃvel," acrescentou Matthew Slatter, capitão das equipas especiais, em relação ao impacto dos* punts* de Allen. "Eu acho que eles não tiveram qualquer jarda nos retornos. Foi sempre fair catch por isso não posso dizer bem bastante sobre o que ele [Allen] fez esta noite. Eu sei que ele estava a sentir-se bem, e sei que ele estava ansioso por fazer um grande jogo, e acho que fez exatamente isso."
Para ficarmos com uma melhor ideia da dificuldade em conseguir o que Allen fez durante este jogo basta mencionar que o Detroit Lions lidera a NFL na estatÃstica relacionada com o inÃcio de drives. Em média os seus adversários começam na sua linha de 20 jardas, Allen obrigou os Texans a começarem na sua linha de 16.
"Eu conheço o valor dele," acrescentou o defensive end Chris Long. "É um exemplo da forma como todos fizeram o seu trabalho para conseguir a vitória numa semana reduzida de preparação."
Bill Belichick avisa os seus jogadores que todas as jogadas são importantes, cada uma tem o potencial de ser determinante e até mesmo decisiva. Ryan Allen tem essa lição bem decorada.Â
"Por vezes uma só jogada, quer seja no ataque, na defesa ou nas equipas especiais, pode alterar a forma como o jogo decorre," explicou Allen.Â
Depois do jogo, quando lhe perguntaram se havia algum segredo, alguma técnica especial para levar a bola a ressaltar favoravelmente, Allen explicou que em muitos casos é tudo uma questão de sorte.
"A única coisa que posso dizer em relação à forma como a bola ressalta, nestes anos que tenho jogado, é que quanto mais lenta for a rotação no pontapé, maior é a possibilidade da bola bater no relvado e subir em vez de ressaltar para a frente," explicou Allen. "É isso que tentamos fazer. Mas na maior parte das vezes não conseguimos prever como vai ser o ressalto, umas vezes ressalta a nosso favor, outras vezes não." Â
Quando foi informado que tinha sido nomeado 'Jogador da Semana', Allen, num gesto tÃpico nos Patriots, distribuiu os louros pelos colegas.Â
"Coletivamente, este é o tipo de desempenho que a nossa unidade de punt quer ter," disse Ryan. "A minha experiência a jogar com o [capitão Matthew] Slater e agora o Jonathan Jones, que tem dado um passo em frente e deu um grande contributo à nossa unidade de punt – estes rapazes trabalham imenso todos os dias, algo que é demonstrado nos jogos. É algo em que nos empenhamos todas as semanas, porque nós queremos ter um impacto e ter um efeito positivo sobre o nosso desempenho global no jogo."
Presentemente na sua quarta temporada, Allen confessou não imaginar antes do jogo que iria fazer aquela que foi a sua melhor exibição com a camisola dos Patriots.
"Não, nunca se sabe como é que as situações vão surgir," reconheceu Allen. "Há muitas coisas que tu não podes controlar no kicking game – quer seja situacional, [como é o caso do] clima – e o nosso trabalho é estar focado no que precisamos de fazer. Eu tenho que trabalhar para lhes dar [à unidade de cobertura] bolas boas, e eles têm que fazer o que têm vindo a fazer, porque eles têm feito um trabalho tremendo na cobertura. A proteção tem sido sólida. É algo para continuar."