Chris Long foi o segundo jogador escolhido no draft de 2008, pelo St. Louis Rams, e na altura fez histĆ³ria pois foi apenas o segundo jogador jamais escolhido na primeira ronda que fosse filho de alguĆ©m, Howie Long, que estivesse no Hall of Fame.
Esteve durante oito temporadas com os Rams, mas as duas Ćŗltimas foram bastante frustrantes porque ficaram marcadas por uma sĆ©rie contĆnua de lesƵes que o impediram de mostrar o seu verdadeiro valor.
Por isso, a 19 de fevereiro de 2016, foi dispensado pelos Rams. Passou alguns dias a pensar sobre o seu futuro, mas pouco depois, a 18 de marƧo, decidiu assinar pelos Patriots.
Na terƧa-feira, rodeado de jornalistas de todo o mundo, teve oportunidade de contar a sua histĆ³ria.
A INFLUĆNCIA DO PAI
ComeƧaram por lhe perguntar se o pai o tinha aconselhado a decidir quem deveria representar esta temporada.
"FalĆ”mos, provavelmente tivemos a mesma inclinaĆ§Ć£o, mas obviamente a decisĆ£o foi minha," respondeu Chris Long.

Invariavelmente quiseram saber se o pai o tinha ensinado a jogar football, se lhe mostrara como vencer na luta nas trincheiras, no combate mĆ£o-a-mĆ£o que marca as batalhas individuais da linha defensiva.
"Sim, realmente Ć© uma espĆ©cie de combate mĆ£o-a-mĆ£o ali na linha (defensiva), e o meu pai era bom com as mĆ£os, era bom tecnicamente, aprendi algumas coisas com ele," comeƧou por dizer Chris Long, que de seguida fez questĆ£o de chamar a atenĆ§Ć£o para algumas diferenƧas pois "todos temos estilos diferentes, por isso as coisas que resultavam para ele talvez nĆ£o deem certo para mim e eu faƧo coisas que ele, que estĆ” no Hall of Fame, nĆ£o conseguia fazer. Todos os jogadores sĆ£o diferentes, mas todos nĆ³s aprendemos aquele tipo de arte."
Mas, a melhor ajuda do pai sempre surgiu no campo pessoal.
"[Ele tem-me ajudado] como pai. Por sermos jogadores profissionais de football hĆ” muitas coisas que as pessoas nĆ£o veem, os altos e baixos da carreira. Por isso, ele esteve sempre disponĆvel para colocar as coisas em perspetiva, muitas delas atĆ© sem terem nada a ver com o football. Ajuda-me como pai e agora Ć© avĆ“, sempre me deu muito apoio."
A VIDA COM OS PATRIOTS
SĆ£o um modelo de sucesso, por isso os Patriots sĆ£o muito invejados jĆ” que ninguĆ©m conseguiu ainda replicar a fĆ³rmula que levou esta franquia a sete Super Bowls em 15 temporadas. Chris Long tentou explicar o que faz a diferenƧa em Foxboro.
"Ć preciso ser resiliente e conseguir vir para cĆ” e nĆ£o esperar nada. NĆ£o ter nada na ideia a pensar que vai ser assim, porque aqui as coisas estĆ£o sempre a mudar. O teu papel pode mudar de semana para semana, nĆ£o Ć© sempre a mesma coisa," explicou Chris Long. "Ć preciso conseguir colocar a equipa acima de tudo e fazer uma promessa internamente de que tudo o que vais fazer durante este ano, eu assinei por uma ano e sabia que este ano, fosse como fosse, eu ia colocar a equipa acima de tudo."

Em relaĆ§Ć£o Ć decisĆ£o final, Chris Longrevelou que escolheu os Patriots porque "eu estava numa fase da minha carreira onde tinha que novamente provar o meu valor como jogador pois os dois Ćŗltimos anos tinham sido uma porcaria devido Ć s lesƵes."
E entendeu que Foxboro seria o local ideal para relanƧar a parte final da sua carreira pois jĆ” nĆ£o precisava de louros individuais, mas sim de tĆtulos.
"[Foxboro] nĆ£o Ć© um lugar onde tu conheces sempre o teu papel, ondes vais fazer sempre a mesma coisa, ou vais fazer o que tinhas feito no passado," acrescentou Long. "Ć um lugar onde vais ganhar e o treinador vai-te colocar numa boa posiĆ§Ć£o para teres sucesso."
Devido a isso, os jogadores dos Patriots nĆ£o sentem tanta pressĆ£o nos grandes palcos, como Ć© o caso do Super Bowl.
"NĆ³s todas as semanas colocamos imensa pressĆ£o sobre nĆ³s prĆ³prios, nĆ³s queremos ser os melhores, temos jogadores no balneĆ”rio que pensam assim" revelou Chris Long. "Por isso, quando nos encontramos numa situaĆ§Ć£o destas, pois semana apĆ³s semana, ano apĆ³s ano, muitos destes jogadores fazem todo o seu trabalho, colocam toda essa pressĆ£o sobre si, este momento nĆ£o parece ser demasiado grande."
A mudanƧa para os Patriots teve, portanto, muito a ver com Bill Belichicke Chris Long considera que fez a aposta certa.
"Antes de cĆ” chegar eu pensava que ele era provavelmente o melhor treinador de todos os tempos," disse Long. "Depois de cĆ” chegar, depois de o ver a trabalhar dia apĆ³s dia, todas as trĆŖs fases, compreendi que o seu conhecimento global do jogo Ć© incrĆvel."
COMO Ć ESTAR NOS PLAY-OFFS
A oportunidade de poder finalmente chegar aos play-offs foi talvez o motivo principal que o levou a assinar pelos Patriots. Agora que jĆ” saboreou uma vitĆ³ria na fase final da prova, precisa apenas de mais uma vitĆ³ria para se sentir realizado.
"Ć Ć³timo [jogar nos play-offs], Ć© algo de que estou grato todos os dias," confessou Chris Long. "Antes desta semana estava grato todos os dias por ter chegado aos play-offs, agora estou grato por estar aqui e repartir esta experiĆŖncia com os meus colegas. Este Ć© verdadeiramente um desporto coletivo, com 53 homens que colocam a equipa acima de tudo, e Ć© por isso que estamos aqui."
E foi essa mentalidade que ajudou a equipa a superar alguns obstƔculos imprevistos.
"Tivemos algumas adversidades, mas ninguĆ©m pestanejou, e isso nĆ£o Ć© acidente nenhum porque neste balneĆ”rio temos jogadores que sĆ£o fortes mentalmente e essa Ć© umas qualidades mais importantes, senĆ£o mesmo a mais importante, que um jogador de football pode ter," indicou Chris Long.
Um dos jornalistas quis saber se os Patriots adotam a atitude de que ninguƩm gosta deles para se motivaram para esta final.
"NĆ£o sei bem se pensamos assim, nĆ³s contra o resto do mundo," avisou Long. "Penso que se trata duma equipa que se prepara para todos os adversĆ”rios como se fosse o jogo mais importante. Ć mais assim que nĆ³s lidamos com as coisas e isso torna esta semana mais fĆ”cil pois este Ć© o jogo mais importante, o Ćŗltimo jogo. E nĆ³s disputamos todos os jogos como se fossem o jogo mais importante, o Ćŗltimo jogo. Treinou-nos para isto."
E agora segue-se Atlanta.
"O objetivo Ć© colocar pressĆ£o sobre ele [o quarterback Matt Ryan], como se faz com qualquer outro dos grandes quarterbacks, mas estando sempre conscientes de que ele Ć© bastante mĆ³vel," respondeu Chris Long quando lhe perguntaram qual era o plano de jogo da sua unidade. "Quem viu o jogo contra Greeen Bay, sabe que quando as jogadas nĆ£o resultavam, ele improvisava, e para ambos os lados pois ele nĆ£o Ć© o tipo de jogador que escapa apenas para o lado esquerdo, e Ć© assim que consegue prolongar as jogadas."
"Para se chegar aqui [ao Super Bowl] Ć© preciso saber baralhar as coisas, e eles [Atlanta] fazem um excelente trabalho nesse aspeto. TĆŖm imensos pontos fortes, nĆ£o tĆŖm pontos fracos, por isso nĆ£o hĆ” nada que se possa eliminar quando nos preparamos para jogar contra eles." Ā Ā Ā Ā Ā Ā
Em resumo Chris Longvai fazer tudo ao seu alcance para fechar a temporada com chave de ouro. Durante a temporada regular registou 35 tackles e quatro sacks, participando em 65 por cento das jogadas defensivas. O sistema rotativo com Rob Ninkovich, Trey Flowers e Jabaal Sheardpermitiu que estivessem sempre bem fisicamente durante os jogos, evitando cansaƧo excessivo, algo que vai ser necessĆ”rio uma vez mais frente Ć veloz defesa de Atlanta.